Nota do Secretariado do Comité Central do PCP

Lutar por um cessar-fogo imediato

1. O acordo dado pelo Iraque à proposta de paz da URSS é um acontecimento de enorme importância que cria uma situação qualitativamente nova no desenrolar da guerra do Golfo.

É irrecusável estarem reunidas condições para um cessar-fogo imediato que ponha termo à dramática liquidação de vidas humanas e bens materiais e impeça desenvolvimentos e consequências ainda mais catastróficos. Seria particularmente grave desaproveitar esta oportunidade de pôr fim à guerra e de enveredar finalmente pelo caminho de negociações que conduzam à solução dos graves problemas acumulados na região. É indispensável que a ONU assuma prontamente as suas responsabilidades no processo que conduza à paz.

2. Salientando a importância da iniciativa de paz soviética, o PCP alerta os trabalhadores e o povo português para as tentativas dos EUA de a contrariar e desvalorizar o grande significado da resposta positiva que lhe foi dada pelo Iraque e que inclui o seu compromisso de retirar do Koweit.

O PCP denuncia os propósitos, confirmados pelas declarações de Bush no dia de hoje de, ultrapassando e abusando das próprias resoluções da ONU, os EUA prosseguirem a guerra para atingir os seus objectivos hegemonistas, sob o pretexto de que é necessário destruir o potencial político-militar do Iraque e «derrubar Saddam Hussein».

3. O PCP exige do Governo português uma clara e inequívoca posição e iniciativas autónomas em favor do imediato termo de operações militares e reclama que o plenário da Assembleia da República debata com toda a urgência as novas iniciativas a favor da paz e a atitude de Portugal em face da guerra do Golfo.

4. O PCP apela uma vez mais aos trabalhadores, aos democratas e ao povo português para prosseguirem a luta pelo fim da guerra e por uma paz justa e duradoura no Médio Oriente.

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