Pergunta ao Governo N.º 343/XII/1

Ligações ferroviárias na linha do Alentejo

Ligações ferroviárias na linha do Alentejo

As recentes alterações que se processaram em tomo das ligações ferroviárias na linha do Alentejo configuram, de um modo geral, uma perda de qualidade do serviço prestado.
O fim das ligações directas entre Lisboa e Beja acabou com o serviço inter-cidades entre as duas cidades. O percurso que era realizado com comboios IC é agora feito em automotoras de qualidade inferior. Para além disto, para o percurso entre Beja e Lisboa, todo ele considerado inter-cidades, são emitidos dois biihetes, inter-regional entre Beja e Casa Branca e inter-cidades entre Casa Branca e Lisboa.
Para além do incomodo causado na aquisição, este procedimento leva a que, por exemplo nos bilhetes com desconto para jovens, o mesmo só seja aplicado a parte do percurso por exigir uma distância mínima de 98 km.
Outro problema complexo, não resolvido, pelo contrário acentuado pelas alterações recentes, prende-se com a adequação dos horários. Antes das alterações o primeiro comboio chegava a Beja às 07h36m e agora chega as 08h07m. O ultimo comboio saía de Beja as 19h46m e agora saí as 18h14m. E claro de ver que este novos horários têm grandes implicações com a entrada e saída do local de trabalho. Esta desadequação é ainda mais evidente quando outro comboio que chega de manhã a Beja as 9h19m. Nem um nem outro permitem a entrada a hora certa. Estes horários têm fortes implicações e por isso têm motivado â contestação das populações de Cuba, Alvito e Vila Nova da Baronia, na vida dos passageiros e na possibilidade de usarem o comboio como meio de transporte para chegar ao local de trabalho.
Também ao meio do dia não existe qualquer possibilidade de deslocação uma vez, de as ligações se concentram no princípio e no fim do dia.
Este conjunto de condicionantes a utilização dos comboios, pelo seu numero, e pelo ridículo dealgumas situações, ou representam desadequação gestão, o que não nos parece plausível, ou, bastante mais grave, representam uma intenção clara de afastar os utilizadores deste meio de transportes, para mais adiante justificar, alterações mais radicais e que tomadas de imediato, desencadeariam a contestação acentuada das populações.

Posto isto, e com base nos termas regimentais aplicáveis, vimos por este meio e com carácter de urgência, perguntar ao Governo, através do Ministério da Economia e do Emprego, o seguinte:

1. O que está a ser feito para adequar os horários as necessidades dos utilizadores do comboio na linha do Alentejo?
2. O que está a ser feito para evitar a emissão de múltiplos bilhetes para uma mesma viagem?
3. Está a CP a avaliar os benefícios para a rentabilidade financeira da electrificação da restante linha do Alentejo?

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