O relatório faz uma avaliação do instrumento de financiamento da cooperação para o desenvolvimento (ICD), após quatro anos de vigência do regulamento que o instituiu.
A avaliação realizada é pertinente, sob vários pontos de vista. São feitos reparos oportunos e críticas ao ICD e à política de cooperação para o desenvolvimento da UE, que nos parecem justas e necessárias.
O relatório afirma que não deve ser objectivo da política de desenvolvimento defender os interesses da UE mas sim os interesses das populações mais vulneráveis do planeta; chama a atenção para o foco excessivo nos investimentos a realizar pelo sector privado, a par dos constrangimentos impostos ao sector público; alerta para a necessidade de não serem desviadas verbas de sectores já subfinanciados (dando como exemplos o apoio às autoridades locais); critica qualquer tentativa de redução dos montantes do ICD e do Fundo Europeu para o Desenvolvimento; e sublinha, uma vez mais, a insuficiente concretização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e a necessidade de aumentar a Ajuda Pública ao Desenvolvimento.
Consideramos, todavia, que em cada um destes pontos se poderia e deveria ter ido mais longe. Sobretudo na defesa da coerência entre os proclamados objectivos no domínio da política de cooperação para o desenvolvimento e as diversas políticas sectoriais da UE.