O sector do vestuário tem uma cadeia de produção altamente complexa e diversificada, envolvendo contextos sociais muito frágeis, principalmente a nível da base da cadeia, com situações de exploração dos trabalhadores e escravidão, de violação de direitos humanos, de trabalho infantil, de condições de trabalho insalubres e de risco (estando na memória de todos acidentes recentes). O relatório apresenta, em geral, propostas justas, não obstante uma certa dicotomia (presente em toda a política de desenvolvimento da UE) e um certo paternalismo histórico: nós, a civilização; eles, os que precisam de lições! A política de desenvolvimento da UE visa, mais do que capacitar os povos dos países em desenvolvimento, alargar mercados para as empresas da UE. A responsabilidade das multinacionais com sede na UE que lucram com a exploração é menosprezada. Existem referências importantes ao respeito pelos direitos humanos, à igualdade de género e aos direitos das crianças, à liberdade de associação e sindical, à defesa dos salários e de períodos de trabalho adequados, à valorização da negociação e contratação colectivas, à realização de acordos comerciais que tenham como base as Convenções da OIT e das Nações Unidas, ao reforço da sustentabilidade ao longo da cadeia de produção, à rastreabilidade dos produtos e à melhoria da informação dos consumidores.