No passado dia 21 de Outubro realizou-se uma grande jornada de luta dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, que adotou a forma de uma greve de 24 horas. Como em todas as greves anteriores, essa luta implicava que a circulação do Metropolitano de Lisboa estaria encerrada a partir das 23h00.
Ora acontece que a Administração do Metro deu ordens expressas para que, seja nos placards seja através dos trabalhadores, os utentes fossem desinformados e lhes fosse garantido que haveria Metro até ao final da exploração (01h30). Este comportamento causou evidentes e graves prejuízos nos utentes, que se organizaram a contar com um horário de greve e foram confrontados com outro.
Como se não chegasse ter transmitido informações falsas aos utentes, para se libertar do ónus das decisões tomadas, a Administração do Metropolitano de Lisboa agravou o seu comportamento ao transmitir afirmações falsas também à Comunicação Social, dizendo estar convencida de que a greve só produziria efeitos a partir das 06h30.
Ora, não só o pré-aviso era perfeitamente claro na indicação de que, a partir das 00:00 horas, face ao número de trabalhadores em greve, seria impossível manter a circulação ferroviária em segurança a partir das 23h15, como de resto essa sempre foi a situação que de facto aconteceu em todas as anteriores greves de 24 horas no Metro de Lisboa.
Assim, ao abrigo do disposto na alínea d) do Artigo 156.º da Constituição da República Portuguesa e em aplicação da alínea d), do n.º 1 do artigo 4.º do Regimento da Assembleia da República, perguntamos ao Governo, através do Ministério da Economia, o seguinte:
1. Foi o Governo que deu orientações à Administração para transmitir informações falsas aos utentes sobre o horário de início dos efeitos da greve do passado dia 21 de Outubro?
2. Foi o Governo que deu orientações à Administração para transmitir afirmações falsas também à Comunicação Social sobre as razões do comportamento aqui denunciado?
3. Que medidas vai o Governo tomar junto da Administração do Metropolitano de Lisboa?