Expressamos aqui toda a nossa solidariedade com o povo brasileiro e com os povos dos demais países afectados pelos grandes incêndios da Amazónia, em particular com as populações que habitam a Floresta Amazónica.
Estes incêndios são um exemplo dramático do que pode suceder quando, como sucede na sociedade capitalista, o objectivo do lucro se sobrepõe a elementares preocupações ambientais e sociais.
A destruição da Amazónia não começou agora. Há muito que as multinacionais e outros grupos económicos disputam os recursos da Amazónia. Esta disputa encontra expressão nos planos económico, político e geoestratégico, e passa pela apropriação da terra, das matérias-primas, dos recursos extraídos da Natureza.
Tais objectivos de apropriação e depredação de recursos encontram no Governo brasileiro, dirigido por Bolsonaro, programas ultraliberais que dão rédea solta e potenciam a sanha do grande capital e dos grupos económicos do agro-negócio, que visam abocanhar as grandes riquezas naturais da Amazónia.
A situação que se vive na Amazónia justifica a cooperação e ajuda internacionais, para melhor e mais prontamente lidar com a catástrofe. Mas tal não legitima quem tem pretensões de favorecer planos e processos de domínio económico e, bem assim, formas de transferência de custos para os povos do mundo da degradação ambiental, apagando as responsabilidades do modo de produção capitalista.