Nota do Gabinete de Imprensa dos Deputados do PCP ao PE

A inadmissível chantagem e pressão da UE contra o povo grego continuam

A reunião do Eurogrupo de 22 de Maio passado acabou por não concluir um acordo relativamente à situação da dívida da Grécia e, nomeadamente, a uma proposta de “alívio” da dívida deste país. Mantém-se ainda um impasse quanto à participação do FMI no “programa de apoio e estabilidade da Grécia”. A não conclusão de um acordo levou a que a decisão sobre a libertação de uma nova tranche do dito “apoio financeiro” à Grécia viesse a ser adiada. Em resumo, mantém-se a inadmissível chantagem e pressão da União Europeia para que o Governo SYRIZA/ANEL continue e intensifique a aplicação de mais denominadas “reformas” na Grécia contra os direitos e interesses dos trabalhadores e povo grego.

Os deputados do PCP no Parlamento Europeu consideram que a manutenção e intensificação das denominadas políticas de austeridade na Grécia apenas contribuirão para o aumento do desemprego, da pobreza, das desigualdades, para o prosseguimento da destruição da economia deste país, para aumento de uma dívida impagável e o agravamento dos constrangimentos que lhe estão associados, para agravar as condições de vida e o sofrimento do povo grego. É hoje claro que a política de intensificação da exploração, de empobrecimento, de privatizações, de dependência económica e subordinação externa, só serve os interesses do grande capital, que a União Europeia e o FMI representam, e tem demonstrado na prática que não é possível reestruturar a dívida em função dos interesses do povo grego no quadro do euro.

Os deputados do PCP no Parlamento Europeu consideram inaceitáveis os posicionamentos relativos à situação na Grécia que tenham como objectivo justificar ou escamotear as políticas de agressão da União Europeia contra os direitos dos trabalhadores e do povo grego.

Os deputados do PCP no Parlamento Europeu reafirmam a solidariedade com a luta do trabalhadores e do povo grego que, nos últimos dias, em diversas acções, têm levantado a sua voz contra a diminuição dos salários e das pensões, o aumento de impostos, a redução do investimento na saúde e restantes direitos sociais, os cortes nos subsídios, como o de desemprego, o alargamento do programa de privatizações, a liberalização dos despedimentos, o ataque à contratação colectiva e ao direito à greve, entre outras medidas que visam intensificar a exploração, o saque e o domínio económico do grande capital, nomeadamente das grandes potências da UE.

A evolução da situação da União Europeia e, em especial a evolução da situação na Grécia, demonstram a exigência e a necessidade da libertação dos constrangimentos e condicionamentos da União Europeia, do Euro, e das políticas e instrumentos que lhe dão suporte, como o Tratado Orçamental, a governação económica e as políticas comuns, ao serviço dos interesses do grande capital.

Os deputados do PCP no Parlamento Europeu reafirmam a necessidade de políticas comprometidas com o respeito da soberania dos povos, a democracia, a justiça e progresso social, o direito ao desenvolvimento soberano de cada Estado.

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