Pergunta ao Governo N.º 620/XII/3

Impedimento da entrada do piquete de greve no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, no dia de greve da função pública

Impedimento da entrada do piquete de greve no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, no dia de greve da função pública

No passado dia 7 de novembro, pelas 23h30, no quadro da preparação da greve nacional dos trabalhadores da administração pública de 8 de Novembro, o piquete de greve foi impedido de entrar nas instalações do Hospital de São Bernardo em Setúbal, no desempenho das suas funções previstas no quadro legal em vigor.
O piquete de greve pretendia verificar as condições de funcionamento dos serviços, para garantir o cumprimento dos serviços mínimos, tendo-lhe sido negado qualquer contacto com os trabalhadores e o fornecimento das informações que permitiriam avaliar a necessidade ou não, de se tomar medidas para o cumprimento dos serviços mínimos.
A Administração do Hospital foi quem deu orientações, nomeadamente aos serviços de segurança contratados pela unidade hospitalar para impedir a entrada do piquete de greve nas instalações do Hospital de São Bernardo.
Esta situação não é caso único. Temos conhecimento de inúmeros atropelos à lei da greve, procurando limitar as funções do piquete de greve, definidas na lei. Não é por inocência ou por ignorância que se vão tomando estas atitudes, como a perseguição de dirigentes sindicais no setor da saúde. Há aqui uma intenção mais profunda para condicionar a atividade sindical.
Ao abrigo das disposições legais e regimentais aplicáveis, solicitamos ao Governo que por intermédio do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, nos sejam prestados os seguintes esclarecimentos:
1.O Governo tem conhecimento que o piquete de greve foi impedido de entrar nas instalações do Hospital no cumprimento das suas funções?
2.Como avalia esta atitude?
3.Que medidas serão tomadas para garantir o cumprimento da lei da greve e para que os piquetes de greve possam desempenhar as suas funções, de acordo com a lei vigente?

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