Assinalam-se os 80 anos dos bombardeamentos atómicos das cidades japonesas de Hiroshima e Nagasáqui, respectivamente em 6 e 9 de Agosto de 1945.
Bombardeamentos que provocaram de imediato cerca de 200 mil mortos e deixaram um inenarrável rasto de destruição e sofrimento. Um crime monstruoso contra a Humanidade que absolutamente nada pode justificar, mas que os EUA procuraram desculpar com o falso argumento de derrotar o Japão, quando o Japão já estava militarmente derrotado e quando na verdade constituiu uma demonstração do poderio militar norte-americano e o seu propósito de impor ao mundo a hegemonia dos EUA.
Recordar o holocausto nuclear de Hiroshima e Nagasáqui é um dever de memória, mas é sobretudo ocasião para reafirmar o imperioso dever de lutar para que semelhante tragédia jamais se repita, num tempo em que a corrida armamentista se desenvolve sem freio e em que o horror e o sofrimento que o sionismo israelita e o imperialismo norte-americano estão a infligir ao povo palestiniano confirma que, para impor os seus interesses, o imperialismo é capaz dos crimes mais monstruosos, que só a luta dos trabalhadores e dos povos pode obrigá-los a recuar.
Ao mesmo tempo que é necessário defender a verdade histórica, é imperioso combater firme e corajosamente a avassaladora campanha de propaganda do militarismo e da guerra, de normalização do fascismo e mesmo de banalização do recurso à arma nuclear. É necessário persistir no desmascaramento do imperialismo norte-americano que pretende impor ao mundo a sua hegemonia totalitária e que, tendo sido até hoje o único País que recorreu ao uso da arma nuclear, é o principal responsável pelo agravamento da situação internacional e pelo real perigo de uma guerra de incalculáveis proporções. Neste quadro, as decisões das recentes cimeiras da NATO e da União Europeia sobre o brutal aumento das despesas militares exigidas pela administração Trump revestem-se de particular gravidade.
Assinalando mais um aniversário sobre a tragédia de Hiroshima e Nagasáqui, o PCP confirma o seu profundo empenho na luta pelo desarmamento, pela solução política dos conflitos, pelo respeito da Carta da ONU e em defesa dos princípios consagrados na Acta Final da Conferência de Helsínquia sobre a Segurança e Cooperação Europeia que este ano celebra o seu 50º aniversário.
O PCP chama a atenção para que a escalada militarista é acompanhada pelo ataque aos direitos laborais e outros direitos fundamentais e pelo branqueamento e promoção da extrema-direita. E sublinha que a luta pelo desarmamento, em particular o nuclear, é inseparável da solidariedade anti-imperialista, o que no momento actual significa a intensificação da luta para que cesse a agressão terrorista genocida de Israel ao povo palestiniano e o reconhecimento do seu Estado independente e soberano, factor central de uma paz justa e duradoura no Médio Oriente.
O PCP condena a política de submissão de Portugal aos ditames dos EUA, da NATO e da UE e exige do Governo o respeito pela Constituição da República que obriga o Estado português a uma política de independência nacional e de paz e amizade com todos os povos.