O PCP denuncia a ocultação de informação por parte do Governo relativamente à TAP e condena o processo de privatização da transportadora aérea nacional, marcado pela opacidade e contrário ao interesse público.
O Governo recusou entregar à Assembleia da República as avaliações da TAP realizadas entre 2023 e 2025, bem como outros documentos classificados como “sensíveis”, alegando tratar-se de informação estratégica cuja divulgação poderia comprometer a posição negocial do Estado.
Esta posição é inaceitável. A Assembleia da República é um órgão de soberania, cujos deputados foram eleitos directamente pelo povo, e que está plenamente habilitada a tratar informação confidencial no exercício das suas funções de fiscalização e acompanhamento da acção governativa.
Ao impedir o acesso a esta documentação, o Governo PSD/CDS procura esconder aos portugueses e ao parlamento elementos essenciais sobre um processo que tem profundas implicações para o país. O PCP reafirma que esta atitude demonstra falta de transparência e desprezo pelo escrutínio democrático.
Tal como em 2015, o Governo repete um caminho de privatização conduzido à pressa e à margem do interesse nacional, colocando a TAP novamente nas mãos de grupos privados, com consequências graves para a soberania e para o futuro da empresa.
O PCP rejeita a tentativa de justificar o secretismo com o argumento de que a divulgação de informação poderia prejudicar o encaixe financeiro do Estado. O que verdadeiramente prejudica a TAP é a sua privatização – uma opção que o PCP tem vindo a combater e cujo cancelamento continua a exigir.
A TAP é uma empresa estratégica para o país, fundamental nas ligações aéreas, no transporte de passageiros e mercadorias, e na sua capacidade de desenvolvimento nas áreas da manutenção e engenharia. O seu reforço enquanto empresa pública é essencial para garantir que serve o interesse nacional e o desenvolvimento económico do país.
O PCP reafirma a sua determinação em travar o processo de privatização e em defender uma TAP pública, ao serviço do povo e de Portugal.
