Intervenção de Margarida Botelho, Membro do Secretariado do Comité Central , Encontro Nacional do PCP sobre eleições e a acção do Partido

A força que faz frente à política de direita e às forças e projectos reaccionários

A força que faz frente à política de direita e às forças e projectos reaccionários

Camaradas,

Todos conhecemos pessoas que nas últimas eleições legislativas, cheias de medo da direita que as sondagens garantiam que ia ganhar, foram votar no PS.

O resultado está à vista: política de direita praticada pela maioria absoluta do PS, e a prática política do PS a alimentar a direita. Ser de esquerda ou ser de direita não é uma etiqueta. Tem um conteúdo. Para ser de esquerda não basta um cravo na lapela, nem pintar de verde ou de cor-de-rosa as mesmas políticas praticadas pelos partidos sentados à direita na Assembleia da República. Se faltavam exemplos práticos disto que se afirma, aí estão estes dois últimos anos de Governo PS para o provar.

O PCP, com os seus aliados da CDU, é a força que faz frente à política de direita e às forças e projectos reaccionários. Faz-lhes frente nas instituições, nas autarquias, no Parlamento Europeu, na Assembleia da República. Faz frente aos interesses do grande capital, lá na empresa, lá no serviço público, lá na rua. Denuncia, incentiva a unidade, a coragem e a luta, faz propostas, não desiste.

O PCP faz frente à direita e à política de direita onde lhe dói: no concreto. A mostrar por A+B causas, responsáveis, consequências, soluções. Fale-se da legislação laboral, dos salários, da TAP, do SNS, da escola pública, dos transportes. Eles lidam bem com frases feitas e generalidades. O que lhes dói é o que é concreto, indesmentível, o que toda a gente sabe e sente que é verdade.

O PCP faz frente à direita em todas as circunstâncias. Tem uma história heróica de combate ao fascismo. Não se intimida com campanhas encomendadas pelos senhores da guerra. Não se conforma com fatalidades. Não se distrai com o que é acessório, com a falsa polémica, com quem grita mais alto.

Denuncia as cumplicidades, os compadrios, a exploração. Aproveita todas as oportunidades para derrotar a direita, como fez em 2015. O PCP faz frente à direita, não a alimenta. Desmente mentiras, expõe contradições, propõe caminhos alternativos. Esta não é uma batalha que se trave estritamente no plano eleitoral e institucional. Quando falamos em forças e projectos reaccionários estamos a referir-nos ao PSD, ao CDS, aos seus sucedâneos Chega e Iniciativa Liberal, sim, mas também nos referimos aos centros do capital monopolista e de comando dos projectos antidemocráticos que estão em desenvolvimento na sociedade portuguesa.

Centros de desinformação e de promoção de ideias conservadoras, liberais, reaccionárias, que odeiam Abril e tudo o que lhes cheire a solidariedade, humanismo, luta ou emancipação. Os think tanks, os institutos e as fundações, que recrutam, formam, promovem e colocam quadros onde mais lhes interessa, a começar pelas legiões de comentadores, articulistas e influencers, a repetir até à náusea as mesmas linhas que o capital decide a cada momento: o ataque a tudo o que é público, a justificação da exploração e da guerra, a manipulação do medo, a criminalização da resistência e da luta, o ataque a valores democráticos, a promoção do obscurantismo, do racismo e da xenofobia.

A luta ideológica é tão mais intensa quanto mais se agudiza o antagonismo de interesses entre quem explora e quem é explorado – e estamos num desses momentos. O capital monopolista tem ao seu dispor, e usa muito e bem, vários instrumentos de dominação, capazes de difundir em segundos, de forma metódica e à escala de massas os pensamentos e valores que lhe interessam.

Estes centros e estes projectos sabem que têm no PCP a mais firme e consequente força de resistência. E por isso não poupam esforços na ofensiva que nos movem: do silenciamento à caricatura, das mentiras mais descabeladas à tentativa de isolamento, temos visto que vale literalmente tudo. Não é de esperar que abrandem, mas eles sabem que nós também não abrandaremos.

O PCP é a força que faz frente à política de direita e às forças e aos projectos reaccionários. Não está, nunca esteve e nunca estará sozinho nesse combate. Cada voto na CDU é um voto entregue a quem combate a política de direita seja feita por quem for. É um voto entregue a quem luta com todas as armas, em todas as circunstâncias, contra quem quer que queira destruir Abril e o regime democrático. É um voto entregue a uma força de projecto e de futuro, de palavra e de honestidade, de liberdade e democracia.

Viva a CDU!
Viva o PCP!