Sr.ª Presidente,
Sr. Deputado Basílio Horta,
Julgo que o PS começa a ter consciência de que colaborou, particularmente com o último governo, mas não só, para a situação de profundo desastre económico e social em que o País se encontra hoje.
Percebemos que o PS queira «passar por entre as pingas da chuva», afastando as suas responsabilidades primeiras na intervenção externa da tróica e no Memorando que subscreveu.
Percebemos tudo isto, Sr. Deputado. No entanto, não considera estranho querer que o País cresça, depois de subscreverem um programa que colocou o País em profunda recessão económica, como os dados divulgados pelo Banco de Portugal hoje tão claramente demonstram?
Certamente que o Sr. Deputado não atribui os resultados hoje conhecidos apenas à actividade
profundamente negativa, é certo, do Governo PSD/CDS. A situação que o País hoje enfrenta, evidenciada nos números divulgados pelo Banco de Portugal, é resultado do programa que os senhores subscreveram, juntamente com o PSD e o CDS, e que colocou o País em recessão profunda.
Sr. Deputado, como sabemos, «a fé move montanhas», mas não será fé a mais querer que o País cresça, depois de subscrever um programa que provoca recessão?
Por outro lado, o Sr. Deputado diz que quer recuperar a soberania económica. Mas como é que isso é possível quando o PS acena, novamente, com o «milagre» do federalismo? Os senhores consideram que institucionalizar e entronizar o directório como o governo económico da Europa vai responder aos problemas do País? Vai fazer regressar a soberania económica ao País?
Gostava que o Sr. Deputado me respondesse a estas questões.