O financiamento da cooperação para o desenvolvimento, mais do que um gesto de solidariedade, é um dever, um imperativo de justiça.
Representa o reconhecimento da responsabilidade dos países mais ricos na correcção da interdependência assimétrica que marcou o desenvolvimento do processo histórico e que caracteriza o sistema económico dominante à escala mundial.
Seria por isso intolerável que o próximo Quadro Financeiro Plurianual viesse a determinar uma diminuição dos recursos disponíveis neste domínio e, particularmente, uma redução do Fundo Europeu para o Desenvolvimento (FED).
Insistimos, pelo contrário, na necessidade de um reforço das verbas destinadas à ajuda ao desenvolvimento. Na melhoria da sua visibilidade, previsibilidade e controlo democrático.
O que não dispensa - insistimos também - uma profunda alteração das políticas sectoriais da União Europeia, colocando-as numa linha de coerência com os proclamados, mas não efectivados, objectivos de ajuda ao desenvolvimento.