Sr.ª Presidente,
Sr. Deputado Pedro Filipe Soares,
Trouxe aqui vários casos e, se fizéssemos um pequeno exercício de memória, podíamos estar aqui todo o tempo das declarações políticas a enumerar casos do interesse público a ser subjugado ao interesse privado, ao interesse de grupos privados.
O Sr. Deputado falou do Europarque, desse negócio do tempo dos governos Cavaco Silva, que agora o Estado está a pagar.
Há o problema da Lusoponte, em que já se percebeu que, seja como for, a Lusoponte ganha sempre, com o contrato que assinou e com as benesses e as facilidades que cada governo lhe dá, incluindo o Governo atual.
Há o problema do BPN, em que o governo do PS, com o apoio de muitas bancadas, acabou por não nacionalizar a SLN (Sociedade Lusa de Negócios), deixando de fora os ativos que podiam compensar o buraco do BPN.
Há o problema da Fertagus, em que o investimento do Estado foi muito forte e em que os lucros estão sempre garantidos para a empresa que explora essa travessia ferroviária e que tem preços bastante altos para os utentes que necessitam daquele transporte.
Há as parcerias público-privadas da saúde, onde o Grupo Mello teve a gestão desastrada e ruinosa para o Estado do Hospital Amadora-Sintra e que agora é recompensado com outros hospitais, em parceria públicoprivada, no valor de centenas de milhões de euros à custa do erário público.
É por isso que este País, com esta política do pacto de agressão que este Governo, com o apoio do PS, no fundamental, continua a aplicar, é um País de duas velocidades: para aqueles que são ricos, que têm o poder económico, continuam as benesses; para aqueles que cada vez mais sofrem as consequências desta política, continuam os sacrifícios.
Isso é inaceitável e não pode continuar.