Numa UE caracterizada pelo agravamento das condições socio-económicas dos trabalhadores e da generalidade das populações - onde concentração da riqueza, desigualdades e pobreza não param de aumentar -, é significativo que nem Comissão, nem a maioria deste Parlamento, considerem o combate a esta inaceitável situação como a grande prioridade. Aliás, não podia deixar de assim ser, não tivessem como objectivo as políticas da UE, precisamente, o fomentar desta realidade...
Deste modo, as prioridades apontadas visam aprofundar as políticas neoliberais, insistindo em mais medidas para a total implementação do dito "mercado único" (ou seja, da liberalização dos mercados de serviços, de bens e de trabalho, com a implementação da "flexigurança") e do comércio internacional, a par da aceleração da agenda federalista e militarista (que inclui a revisão do seu conceito estratégico, a par do da NATO), tendo (já) como "base de trabalho" o não (!) ratificado tratado "de Lisboa".
Por fim, num ano em que se realizarão as eleições para o PE, "exorta-se" e "insta-se" ao reforço da propaganda e da mistificação em torno da UE e das suas políticas. Os mesmos que tal desejam, rejeitaram a alteração apresentada pelo nosso Grupo parlamentar que denunciava "as decisões do Tribunal de Justiça Europeu que legitimam o dumping salarial e limitam os direitos sindicais".