Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

Espaço Europeu Ferroviário Único (Reformulaçã0)

O transporte ferroviário constitui um sector estratégico, por razões de natureza económica, energética e ambiental, para assegurar a mobilidade e o transporte de pessoas e de carga, dinamizar a economia e promover a coesão territorial.

Um sector que pela sua natureza e características exige investimentos e estratégias de desenvolvimento de longo prazo, prosseguindo fins de interesse e de serviço públicos, incompatíveis com a visão mercantilista deste pacote ferroviário.

Este pacote tudo subjuga ao negócio. Negócio com lucros privados suportados por investimentos públicos. A fragmentação aqui proposta é feita à medida das multinacionais do sector, que vão tomando conta do transporte ferroviário e colonizando os mercados de serviços associados em diversos países. O exemplo da multinacional alemã DB, que controla mais de 60% do sector da carga a nível europeu, é elucidativo.

Com a liberalização do sector, perdem as populações, que ficam com menos serviços, de pior qualidade e mais caros; perdem os trabalhadores, com a intensificação da exploração da força de trabalho à escala europeia; e a segurança é perigosamente posta em causa - subjugada que é à livre concorrência.

Foram estes os resultados da liberalização levada a cabo até aqui. Serão estes, mais ainda mais graves, os resultados do seu aprofundamento.

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