O fipronil é utilizado desde 1994 como inseticida, agindo nas células nervosas dos insetos, que morrem de hiperexcitação. Ele está presente em vários produtos antiparasitários usados em animais domésticos, como spray ou coleiras antipulgas. Na agricultura, a molécula é aplicada contra pragas que atacam o milho, o girassol ou as maçãs verdes. Desde 2004, após ter sido acusado de provocar uma mortalidade predatória das abelhas, esse uso foi proibido em França e em vários países europeus.
Apesar de proibido em explorações agropecuárias, 24 países da União Europeia (UE), Suíça e Hong Kong foram afetados pela contaminação de ovos de galinha por fipronil, introduzido de forma fraudulenta num desinfetante. Portugal não escapa. Os prejuízos causados aos agricultores ascendem a várias centenas de milhões de euros.
Pergunto à Comissão Europeia se pensa banir de forma total o uso de fipronil tendo em conta o parecer da OMS. Pergunto igualmente como podem os Estados Membros proteger-se contra este tipo de atentados à saúde pública tendo em conta que muitos estados continuam a autorizar o uso desta substância e que apoios existem para compensar os produtores que desconheciam a presença de fipronil no desinfetante.