Desde há um mês que o povo do Bahrein sai à rua a reivindicar mudanças políticas, progresso social e democracia. O Rei Hamad e o Governo reprimem a luta do povo através das suas forças de segurança.
A 15 de Março de 2011 as forças militares da Arábia Saudita e dos Emiratos Árabes entraram no Bahrein, aparentemente em nome do Conselho de Cooperação do Golfo e com a conivência do Rei e do Governo do Bahrein, para ajudar à repressão e deter a revolta das massas populares. Esta situação provocou um número indeterminado de mortos e feridos.
A situação no Bahrein, que decorre no quadro de grandes manifestações e revoltas populares exigindo democracia e direitos económicos e sociais que abalam os países Árabes do Magreb e Médio Oriente, adquiriu um carácter novo, revanchista, ao incluir a intervenção estrangeira directa e violenta. O desenvolvimento da situação é imprevisível e passível de se alargar a mais estados na região, com a ingerência aberta de grandes potências estrangeiras. Recorde-se que o Bahrein alberga a maior base militar norte-americana no Golfo Pérsico (V Frota Naval).
Assim, solicito ao Conselho o seguinte:
1. Tem conhecimento da entrada no Bahrein de forças militares externas, colocando em causa a soberania do povo do Bahrein?
2. Não considera que a situação descrita viola o direito internacional, de não ingerência externa nos assuntos internos dos Estados e de defesa dos direitos do povo do Bahrein?