Pergunta ao Governo N.º 2013-06-28

Encerramento de Farmácia no Concelho de Lisboa

Encerramento de Farmácia no Concelho de Lisboa

Devido às crescentes dificuldades sentidas pelo setor das farmácias, tivemos conhecimento através da Associação Nacional de Farmácias (ANF) do encerramento da Farmácia Ideal em Lisboa. Esta situação é exemplo da degradação económica e financeira das farmácias.
A alteração na margem de lucro das farmácias, impondo margens regressivas e a diminuição do poder de compra dos portugueses, pela redução dos seus salários, pensões e reformas, pelo aumento brutal dos preços de bens essenciais e o aumento da carga fiscal aos trabalhadores e reformados, impede a aquisição dos medicamentos que os utentes precisam. O relatório da primavera de 2013 reflete esta realidade apesar de o preço de muitos medicamentos ter reduzido.Persistem as situações de as pessoas que são obrigadas a optar que medicamentos levam, a espaçar a toma dos medicamentos ou pura e simplesmente a abandonar a terapêutica, porque não têm condições financeiras para aviar a totalidade da receita, o que conduz ao agravamento da situação das farmácias.
Segundo dados recentes disponibilizados pela ANF, 313 farmácias (11% das farmácias em Portugal) encontram-se em situação de insolvência ou penhora. Num período de cinco meses (entre janeiro e maio de 2013) o número de insolvências aumentou em 45,3%, passando de 64 para 93 e o número de penhoras aumentou 25%, passando de 176 para 220.
Os encerramentos, as insolvências, as penhoras, as dívidas, as ruturas de stock passaram a fazer parte deste setor. Apesar da dinamização de uma petição com cerca de 325 mil assinaturas a reivindicar a sustentabilidade do setor e perante a realidade concreta, o Governo continua sem apresentar medidas concretas para solucionar o problema criado.
As políticas deste Governo colocaram em risco um setor de grande proximidade à população, que presta um serviço público na área da saúde, constituído por micro e pequenas empresas. É a acessibilidade aos medicamentos que está colocada em causa, sobretudo nas zonas mais fragilizadas, nomeadamente no interior do país ou nos centros urbanos que abrangem populações carenciadas.Ao abrigo das disposições legais e regimentais aplicáveis, solicitamos ao Governo que por intermédio do Ministério da Saúde, nos sejam prestados os seguintes esclarecimentos:
1. Qual a avaliação do Governo sobre a situação do setor das farmácias em Portugal?
2.Não o preocupa, que a manter-se as dificuldades económicas e financeiras neste setor, a acessibilidade ao medicamento pode estar em risco?
3.Que medidas concretas vai o Governo tomar para assegurar a sustentabilidade deste setor?
Está disponível para rever a legislação no que respeita às margens da farmácia?
4.O Governo já realizou o estudo sobre a aplicação das margens de lucro das farmácias previsto no regime que determina as normas dos preços dos medicamentos? A lei previa o prazo de 6 meses para a realização do estudo. Caso ainda não tenha terminado o referido estudo e considerando que o período previsto está amplamente ultrapassado, quando pretende apresentar? Quais as suas principais conclusões?

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