Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

Eficiência dos recursos:reduzir o desperdício alimentar, melhorar a segurança alimentar

Na UE, o desperdício alimentar estima-se em cerca de 88 milhões de toneladas, cerca de 173 kg per capita/ano. Estima-se que a produção e eliminação destes resíduos leve à emissão de 170 milhões de toneladas de CO2, consumindo 261 milhões de toneladas de recursos.
O relatório não aponta as causas do “desperdício alimentar”, nem se alonga na reflexão suscitada pela coexistência deste fenómeno e da fome. Compreende-se: tal exigiria ir à raiz do problema – o sistema capitalista, que determina essa coexistência.
A conclusão de que com a redução em 50% do “desperdício alimentar” se vai reduzir a fome no mundo tem, assim, algo de desejo e de imaginação, se nada mudar nos modelos de produção vigentes e se se continuar a apostar não no desenvolvimento mas na caridade.
Apesar desta crítica de fundo, o relatório inclui aspectos positivos que, em termos genéricos, valorizamos.
Desde a defesa de metas concretas de redução de “resíduos alimentares”, assente na prevenção nas fontes, ao resgate de alimentos comestíveis, priorizando a utilização humana sobre a alimentação animal e o reprocessamento em produtos não alimentares (reciclagem orgânica, recuperação para energia, eliminação), passando pela promoção das frutas e produtos hortícolas sazonais em todos os Estados-Membros, entre outras medidas.

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