A acentuação das assimetrias regionais é inegável.
Lamenta-se o despovoamento e a desertificação do interior de um país como o meu, Portugal, mas o que tem de ser assumido é que o envelhecimento, o empobrecimento e o despovoamento do interior do país não têm causas naturais.
A explicação reside nas políticas contrárias ao desenvolvimento equilibrado do país e ao interesse das populações, como por exemplo, a desindustrialização, a falta de apoio à agricultura familiar, a ausência de incentivos à fixação das populações. Encerram-se escolas, centros de saúde, serviços públicos, em nome de imposições orçamentais e limita-se o investimento público por causa do garrote do défice. É claro, para nós, que as políticas de valorização do interior têm necessariamente de passar:
- por um outro orçamento e quadro financeiro plurianual que reforce (e não corte) os fundos de coesão e melhore a absorção desses fundos
- por uma outra PAC que proteja e valorize a agricultura local e familiar
- pela valorização da produção nacional e pelo apoio aos sectores produtivos
- pela modernização e valorização do transporte ferroviário e da rede viária
- pelo reconhecimento das pessoas que, apesar das adversidades, continuam a resistir e a viver no interior.