Intervenção de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Desemprego Juvenil

Há quanto tempo andamos a discutir, lamentar, mostrar comiseração, prometer tudo fazer para resolver este problema que está a deixar os jovens de uma geração inteira sem possibilidade de planificar, com segurança e dignidade, o seu projecto de vida? O que se alterou desde então? Nada.
23% dos jovens da UE estão desempregados, sendo que em alguns países, como na Grécia e em Espanha, mais de metade dos jovens estão desempregados. Em países como o meu, Portugal, tenta-se manipular as estatísticas, omitindo que a ligeira diminuição desta estatística se deve à sangria desatada da emigração, ao número crescente de jovens que são forçados a deixar o país, situação só com equivalente se regressarmos aos tempos de pobreza da ditadura fascista. E omitindo que os postos de trabalho criados têm vínculos laborais precários, substituindo trabalho com direitos por trabalho sem direitos.
Temos que saber se este Programa vai diferir alguma coisa de todos os programas ocupacionais e de estágios que já existem há vários anos e que não dão perspectivas de futuro aos jovens.
Quer verdadeiramente a Comissão acabar com a chaga da precariedade que compromete o presente e o futuro de tantos jovens trabalhadores?
Então explique-nos porque é que nas recentes recomendações no quadro do Semestre Europeu que fez a países como o meu, Portugal, impõe a flexibilização dos salários e a implementação de formas de derrogar a contratação colectiva, ou seja, fragilizar um dos instrumentos que mais contribui para a estabilidade no trabalho.

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