Perante a alegada possibilidade de um segundo programa de agressão para Portugal, os deputados do PCP no Parlamento Europeu questionaram a Comissão Europeia e sublinharam que nenhum dos problemas que o actual programa se propunha resolver foi resolvido e que, bem pelo contrário, tudo se agravou.
O diário espanhol "El Pais", citando fontes da Comissão Europeia, noticiou ontem que "Bruxelas prepara uma segunda linha de ajuda" a Portugal. A notícia referia-se a um novo programa após o término do actual programa UE-FMI. O ponto de partida para a definição deste segundo programa é a constatação do facto de que nenhum dos problemas que o actual programa se propunha resolver foi resolvido, pelo contrário, tudo se agravou, sendo notória a improbabilidade de regresso aos ditos mercados financeiros sem a imposição ao país de taxas de juro usurárias e proibitivas. A Comissão Europeia, reagindo à notícia, afirmou que não está neste momento a ser negociado nenhum programa, mas avançou com a possibilidade de se considerarem opções para facilitar o que designou de "saída suave" de Portugal do programa actual. Já no passado dia 18 de Junho, o Comissário dos Assuntos Económicos havia afirmado que a Comissão estava a "avaliar que tipo de acordos cautelares podem ser necessários ou úteis para assegurar que a saída do programa será uma história de sucesso".
Perguntamos à Comissão Europeia:
1. Qual o resultado, até à data, da avaliação mencionada pelo Comissários para os Assuntos Económicos? Quando espera ter concluída a referida avaliação?
2. Quais as características dos acordos/programas cautelares que estão a ser considerados pela Comissão?
3. Qual a condicionalidade que lhes está associada?
4. Foi já discutida com o governo português esta possibilidade?