A convite do Partido da Refundação Comunista (Itália),
deslocaram-se a Génova, durante a recente cimeira do G8, vários
deputados do GUE/NGL, entre os quais Joaquim Miranda e ainda alguns representantes
de outros partidos que integram ou estão associados àquele grupo
parlamentar.

Os deputados participaram na primeira das importantes manifestações
contra a globalização capitalista que ocorreram na ocasião
naquela cidade italiana, organizadas pelo Social Fórum de Génova
(e que integrou já várias dezenas de milhar de manifestantes)
e intervieram num meeting patrocinado pelo PRC (ainda no âmbito das iniciativas
do Social Fórum), que contou com a presença do respectivo secretário
nacional, Fausto Bertinotti e em que participaram muitas centenas de activistas.

A presença dos deputados do GUE/NGL verificou-se pouco antes do início
da brutal, injustificada e condenável intervenção policial
sobre os manifestantes.

Mas como que antecipando-se aos acontecimentos e tentando preveni-los a todo
o custo, assistia-se já então a um continuado apelo dos organizadores
à recusa e controlo de toda e qualquer forma de acção violenta
(nomeadamente por parte de algum grupo marginal e provocatório) que pudesse
ser aproveitada para denegrir os justos mas serenos propósitos da grande
massa de manifestantes presente e servisse de pretexto a uma intervenção
policial.

Ainda assim, a repressão acabou por ser exercida por parte do desproporcionado
dispositivo policial deslocado para Génova, que a transformou o local
numa verdadeira cidade sitiada.

Para a história ficará, no entanto, o enorme e crescente protesto
contra a globalização, o neo-liberalismo e o pensamento único
e contra estas reuniões do G8 que lhes dão suporte.