No rescaldo da última ronda negocial (13ª) entre a União Europeia e os Estados Unidos sobre o TTIP,
Ignacio Garcia Bercero, negociador-chefe da Comissão Europeia para o TTIP, realizou várias entrevistas a órgãos de comunicação social portugueses. Numa destas entrevistas (publicada em 30/05/2016, jornal Público), em resposta a uma questão sobre segurança alimentar o negociador-chefe respondeu da seguinte forma:
“Francamente, acho que as políticas estritas em matéria de importação de transgénicos, ou do “princípio de precaução” em matéria das hormonas no tratamento das carnes, parecem-me legítimas. Mas também há agricultores europeus que acham que que as normas em matéria de autorização de hormonas, de bem-estar animal, ou de transgénicos implicam custos que colocam as empresas europeias numa posição competitiva difícil. Pode ser verdade para alguns sectores, como a pecuária, e temos de levar em conta essas diferentes sensibilidades.”
Pergunto à Comissão Europeia como avalia estas declarações e se está em linhas com o seu conteúdo? Pergunto nomeadamente se podemos inferir destas declarações uma completa cedência da UE relativamente a práticas como o uso de hormonas na produção animal, a cloragem de frangos de abate ou o uso de OGMs na alimentação animal?.