Intervenção de

Declaração da Comissão sobre incêndios florestais e inundações - Intervenção de Ilda Figueiredo no PE

A tragédia dos fogos florestais que, ano após ano,
atinge os países do sul da Europa, com destaque para Portugal e Espanha, não
pode continuar. É tempo de substituir os lamentos por medidas concretas que
evitem que o verão se transforme num inferno de destruição das florestas e das
paisagens protegidas, das vidas e dos haveres de milhares de pessoas que,
corajosamente, ainda persistem em viver nas zonas rurais.

Foi particularmente grave o que se passou em
Agosto, em Portugal, com muitas dezenas de milhar de hectares de floresta
ardida, várias pessoas mortas e a destruição de um importante património
ambiental - nomeadamente no Parque Nacional da Peneda-Gerês e no Parque Natural
das Serras D`Aire e Candeeiros - assim como enormes prejuízos materiais.

Neste início de Setembro, o flagelo dos fogos
continua. Por isso, além da solidariedade para com as populações atingidas, da
necessidade de apoio urgente aos pastores e agricultores que ficaram sem
pastagens para o gado, como na serra do Soajo, da retirada imediata da madeira
ardida com pagamento justo aos agricultores, pequenos proprietários florestais
e compartes dos baldios, é fundamental insistir na prevenção com reforço dos
meios financeiros, técnicos e humanos, incluindo no apoio aos que intervêm nas
operações de combate aos fogos e na reflorestação das áreas ardidas,
designadamente nas áreas protegidas, para o que deve ser atribuído um apoio
extraordinário a Portugal e o Fundo Europeu de Solidariedade a todas as zonas e
populações mais atingidas.

É necessário que não se adie por mais tempo a
adopção de políticas públicas eficazes no reforço da prevenção, da
reflorestação e do ordenamento florestal 
e que se altere a PAC de forma a que a agricultura familiar tenha o
apoio que garanta aos agricultores uma vida digna, designadamente através dos
preços garantidos à produção, e não prossiga o abandono das zonas rurais que o
desligamento das ajudas à produção tenderá a agravar. 

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