É notório que, enquanto se avolumam os problemas sociais na União
Europeia, há cada vez maior pressão para avançar no desenvolvimento da
política neoliberal, com as consequências desastrosas que lhes
conhecemos, do desemprego, do trabalho precário, da pobreza e das
desigualdades sociais. Pelo contrário, o que aparece é a ênfase na
política de imigração, a tentativa de ampliação da aplicação do voto
por maioria qualificada, com o argumento de facilitar as políticas
nessa área, mas, de facto, para aplicar mecanismos mais securitários.
De igual modo, surge uma redobrada atenção às questões institucionais,
com a tentativa de avançar para uma recauchutagem da dita constituição
europeia. É sintomático que nos encontros com os representantes das
futuras Presidências, sobretudo da Alemanha, a questão institucional
surja à cabeça, logo seguida da conclusão do mercado interno, e da
energia. Igualmente sintomático é a forma como desvalorizam as questões
sociais e ambientais e não surge uma ideia sobre a revisão dos
estatutos e orientações do Banco Central Europeu, apesar da gravidade
das consequências da sua política sobre as economias mais frágeis, as
famílias e as micro e PME.