O incremento da eficiência energética é uma questão candente, particularmente para países como Portugal com um enorme défice energético e uma significativa dependência face ao exterior. Mas esta questão não poderá ser abordada de forma profícua, em toda a sua dimensão e complexidade, no quadro estrito e redutor da chamada União da Energia e da visão liberalizadora e desreguladora que a norteia. Uma certa evolução positiva recente, relativamente ao abrandamento das emissões de Gases de Efeito de Estufa, resulta mais da crise económica do que da necessária - mas ainda por concretizar - transição de paradigma energético. Divergimos das abordagens de mercado e denunciamos as suas perversidades. O quadro de liberalização e privatização do sector energético trouxe consigo elevados preços da energia para os consumidores industriais médios e para as famílias, para sustentar os lucros dos monopólios e oligopólios privados do sector. Comprometendo os investimentos necessários para incrementar a eficiência energética. Sublinhamos, assim, a necessidade do controlo público, democrático, do sector energético. Significando a sua propriedade e gestão públicas. Como meio imprescindível para alcançar desejados e proclamados objectivos económicos, sociais e ambientais.