Segundo um adágio popular usado em Portugal, quem semeia ventos, colhe tempestades. As instituições europeias resolveram criar uma PAC completamente desregulamentada confiando nas regras do mercado para resolver todos os problemas. Os resultados estão à vista e demonstram que os instrumentos públicos de regulação da produção são uma ferramenta indispensável.
Portugal era em 1993, autosuficiente em carne de porco. Hoje importamos 40% do que consumimos. Os preços são insuportavelmente baixos, pondo em perigo toda a fileira.
Sr Comissário, a situação é urgente. Não se compadece com pequenos paliativos e muito menos com mais estudos e mais adiamentos. Exigimos acções vigorosas e imediatas.
Queremos medidas que permitam aos produtores uma remuneração justa do seu trabalho e acabe com as práticas abusivas da grande distribuição. Queremos que seja salvaguardado o direito de cada país a produzir por forma a garantir níveis mínimos de soberania alimentar. O que não queremos, Sr. comissário, é ver desaparecer mais um sector vital para a nossa economia, à semelhança de tantos outros que perdemos desde a nossa adesão à União Europeia.