Consideramos, como é óbvio, que o combate ao crime é um assunto de extrema importância. No entanto, este combate tem de ser incisivo nas mais variadas faces da criminalidade, nomeadamente, no que se refere ao branqueamento de capitais, que representa, sem qualquer dúvida, uma das formas mais evidentes de contaminação do limite entre o legal e o ilegal. Por isso, alertamos para o branqueamento de algumas formas de criminalidade, que se infiltram nas mais diversas áreas, nomeadamente na económica.

O aumento da criminalidade não está dissociado da actual situação sócio económica da União Europeia e das suas políticas, seja na área financeira, seja no desrespeito de direitos sociais e laborais. A própria desvalorização da importância do trabalho e dos trabalhares, com todos os retrocessos civilizacionais que vivemos, é um dos incentivos à criminalidade, pois, ao mesmo tempo que se assiste a uma violência brutal sobre os povos e trabalhadores, constata-se uma quase inércia no combate ao crime organizado, à promoção do dinheiro fácil e dos esquemas ilícitos, de que são exemplo o narcotráfico, tráfico de armas, tráfico humano, etc.

Por isso, reforçamos a necessidade de ruptura com esta politica que é transversal nos seus efeitos e arrasadora nas mais diversas áreas, apesar do nosso voto neste relatório.