Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

Criminalidade organizada, corrupção e branqueamento de capitais

A persistência, o alastramento e a diversificação de fenómenos como a criminalidade organizada, a corrupção e o branqueamento de capitais são simultaneamente causa e expressão de uma degradação da democracia, sendo inseparáveis da subordinação crescente do poder político ao poder económico.

Os paraísos fiscais são hoje peças incontornáveis no complexo xadrez em que se desenvolvem estes fenómenos.

Peças determinantes para o branqueamento e a fuga de capitais, provenientes de actividades ilícitas e também lícitas.

Peças que, conjuntamente com o sacrossanto sigilo bancário, têm sido
acarinhadas e defendidas com um zelo que é flagrantemente contraditório com as proclamadas intenções de combate a estes fenómenos.

Combate que deve assentar, em grande parte, em medidas preventivas e que não pode ignorar que os seus resultados são tanto mais efectivos quanto mais próximo se estiver da realidade em que ocorrem os fenómenos.

Nessa medida, o esvaziamento e a debilitação das estruturas nacionais responsáveis pelo combate a estes fenómenos representam um duro revés nesse combate, que nenhuma estrutura supranacional poderá suplantar.

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