O aproveitamento sustentável do imenso recurso que é o mar deve inquestionavelmente ser parte integrante de um projecto nacional de desenvolvimento endógeno.
A União Europeia podia e devia, nomeadamente através do seu orçamento, apoiar estes projectos. Mas é outro o sentido predominante deste relatório.
O relatório aborda aspectos importantes e positivos, como sejam, entre outros: um ordenamento do espaço marítimo e costeiro que tenha em conta as especificidades e necessidades locais; a importância e apoio à cartografia dos fundos marinhos; a necessidade de melhorar as condições de trabalho dos marítimos; a salvaguarda do património ambiental e faunístico da Europa.
Mas o sentido prevalecente não é positivo. O que se defende são novos avanços na apropriação privada da Natureza, na mercantilização dos seus recursos, na liberalização do sector do transporte marítimo e na usurpação de novas esferas da soberania nacional.
Zonas francas nas zonas insulares; espaço europeu do transporte marítimo; auto-estradas do mar; criação da Guarda Costeira Europeia. São algumas propostas que consideramos inaceitáveis.