Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Corpo Europeu de Solidariedade

Uma política social que promova a inclusão e a resposta urgente a fenómenos extremos e a situações de crise humanitária deve assentar, antes de mais, numa política pública de prevenção primária e de avaliação dos riscos, na educação, na promoção e respeito pelos direitos laborais e sociais que garantam segurança e qualidade de vida. Esta perspectiva está ausente desta resolução. Valorizando os conceitos de humanismo e solidariedade subjacentes ao voluntariado, não ignoramos que a criação do Corpo Europeu de Solidariedade não está desligada de uma lógica de promoção da precariedade laboral e da desresponsabilização dos Estados-Membros face às respostas sociais que são da sua competência. Num contexto de grande desemprego jovem, tem sido estimulada a ideia de que é o voluntariado que abrirá caminho ao emprego, que o voluntariado deveria até ser incluído nos currículos escolares, ou seja, encarando o voluntariado numa perspectiva instrumental e não como consequência de uma educação e vivência humanistas e globalmente participativas; encarando o voluntariado como uma etapa na procura de emprego, precarizando o trabalho e as relações sociais. Uma questão fundamental é que o financiamento para este Corpo é retirado do orçamento de programas já implantados, alguns deles tendo impactos positivos, que valorizamos. Preocupação que a resolução acolhe.

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