A recente reunião informal do Conselho Europeu que decorreu em Copenhaga, no dia 1 de Outubro, reafimou a política da União Europeia de promoção do militarismo, da confrontação e da guerra, e a sua aposta no prolongamento do conflito que se trava na Ucrânia, que usa como pretexto para fomentar a indústria militar e a escalada armamentista, em detrimento da resolução dos problemas reais dos trabalhadores e dos povos que continuam a agravar-se.
Apesar de manifestas contradições, divergências e dificuldades – nomeadamente em torno do denominado Muro de Drones, ao assalto aos activos russos ou à adesão da Ucrânia à UE –, a generalidade dos países que integram a UE continuam a alinhar-se com a propaganda da guerra, acenando com falsas «ameaças» e instigando sentimentos de «insegurança» e «medo», para impor brutais aumentos das despesas com os armamentos e a guerra, catapultando os lucros multimilionários do complexo militar-industrial – incluindo dos EUA –, ao mesmo tempo que anunciam a contenção dos salários e das pensões e ataques aos direitos laborais e a outros direitos sociais, aos sistemas públicos de saúde e de segurança social.
A UE perspectiva um gasto de cerca de 150 mil milhões de euros, para acelerar a afectação de 5% dos PIBs nacionais ao militarismo e à guerra até 2030 – 5% do PIB que em Portugal é quase equivalente ao orçamento público para a Saúde ou para a Educação e a Habitação. São milhares de milhões de euros que deveriam ser utilizados para construir casas e hospitais, recuperar escolas degradadas, contratar profissionais e desenvolver os sectores produtivos dos Estados-Membros.
Perante as contradições, divergências e dificuldades, é inaceitável que António Costa e Ursula von der Leyen procurem utilizar subterfúgios para desrespeitar a decisão por unanimidade, à semelhança do que a Comissão Europeia fez para impedir que os parlamentos nacionais possam decidir soberamente sobre o acordo UE-Mercosul.
A prioridade não pode continuar a ser a instigação e o prolongamento da guerra, mas a promoção de medidas que visem alcançar a paz, a segurança colectiva e a cooperação na Europa, a defesa e o investimento no reforço dos serviços públicos e das funções sociais dos Estados, no aumento dos salários e pensões, na melhoria das condições de vida dos trabalhadores, no progresso social dos povos!