Num momento em que se agudiza a crise do capitalismo e se aprofundam as
suas contradições, a presente resolução e os objectivos apontados para
a criação ("a longo prazo") do denominado "mercado transatlântico"
representam uma autêntica fuga em frente do sistema, apontando a
crescente liberalização dos mercados destes dois pólos da "tríade" e
pilares"da NATO como "saída".
Para além da reafirmação da parceria estratégica "transatlântica", a
resolução é um autêntico roteiro para a liberalização dos mercados
financeiros e das relações comerciais entre a UE e os EUA, listando os
obstáculos a uma maior concorrência e concentração capitalista, para
gáudio e proveito dos grandes grupos financeiros e económicos.
A resolução, numa (impossível) tentativa de iludir os reais propósitos,
as contradições e as consequências da concretização do denominado
"mercado transatlântico", não deixa de expressar pressupostas
preocupações sociais ou ambientais, no entanto, estas parecem surgir
apenas em função e como variáveis da concorrência capitalista,
nomeadamente ao nível da OMC.
Apesar de mitigadamente se confrontar com a brutal realidade da
"globalização capitalista", a resolução escamoteia as suas profundas
consequências para os trabalhadores e para os povos, para as pequenas e
médias empresas, não só na UE e nos EUA mas igualmente no plano
internacional.