Esta resolução aborda a preparação da 22a Conferência das Partes da ONU sobre as Alterações Climáticas, a ter lugar no final deste ano, em Marraquexe. Inevitavelmente, a Conferência decorrerá sob o signo da Conferência de Paris e do acordo aí alcançado. Esta resolução reflecte igualmente isso mesmo. Não acompanhamos o tom laudatório relativamente ao Acordo de Paris. Com efeito, são vários os problemas deste acordo. Para além de não terem sido acordados limites concretos para as emissões de GEE, o acordo mantém e legitima uma abordagem de mercado à problemática das alterações climáticas, de que o comércio do carbono é o principal (mas não único) instrumento. O Acordo abandonou o princípio da “responsabilidade comum, mas diferenciada”, entre países em desenvolvimento e industrializados, optando por um sistema único susceptível de aprofundar injustiças entre os países que mais contribuíram para a acumulação de carbono na atmosfera e os países em desenvolvimento. O Acordo comporta também uma dimensão de financiamento de projectos de grandes grupos transnacionais em países em desenvolvimento, potenciando a dominação imperialista dos recursos destes países. Estas são visões e opções plasmadas e defendidas igualmente nesta resolução a que, evidentemente, nos opomos e às quais contrapomos uma visão alternativa, assente numa abordagem normativa e numa responsabilidade comum mas necessariamente diferenciada.