Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

Conclusões da reunião do Conselho Europeu de 29 de Abril de 2017

É costume dizer-se que o pior cego é aquele que não quer ver.

Aos que se apressam em ver nas eleições em França e na Holanda uma expressão de apoio popular à União Europeia, lembramos que os partidos que defenderam e aplicaram as políticas da União Europeia foram fortemente penalizados pelos eleitores.

É certo que alguns, cobertos de novas roupagens, querem perpetuar as mesmas velhas políticas. Terão, mais tarde ou mais cedo, o destino dos seus antecessores.

Quanto ao preocupante avanço da extrema-direita, ele deve ser medido não apenas pela expressão eleitoral dos partidos que a representam mas também pela disseminação dos seus princípios, valores e concepções, e sua assimilação por outras forças do espectro político, da direita à social-democracia.

Do discurso e práticas securitárias à aceitação e promoção da restrição de direitos, liberdades e garantias, passando pelas políticas económicas de favorecimento do grande capital e geradoras de profundas injustiças sociais.

Na História dos povos não há becos sem saída: a alternativa à extrema-direita não são, não podem ser, as políticas e os políticos que abrem a porta à extrema-direita.

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