Senhor Vice-Presidente, as declarações do Presidente do Conselho na semana passada na Grécia, as conclusões da cimeira de ontem e as suas próprias declarações aqui hoje sobre a Agenda Europeia para a Migração, são bem reveladoras do carácter desumano e criminoso das políticas da União Europeia neste domínio.

Os mesmos que promoveram a desestabilização, o caos e o subdesenvolvimento nos locais de origem do fluxo migratório, vêm agora dizer às vítimas “esqueçam, não venham para a Europa; se o fizerem serão expulsos sem apelo nem agravo”.

Esta Agenda viola convenções internacionais, desrespeita o direito de protecção internacional e asilo, acentua o carácter repressivo e selectivo da política de imigração da União Europeia, apoiada agora pela máquina de guerra da NATO.

Perseguir, criminalizar, expulsar quem procura uma vida melhor na Europa. Salvo se, tratando-se de força de trabalho qualificada, puder aproveitar ao grande capital europeu.

Este é também, e talvez antes de mais, um sinal da profunda crise em que se encontra a União Europeia. Uma crise que revela a sua verdadeira face, deitando por terra falsos princípios e proclamações.