Há muitas razões que explicam que as empresas farmacêuticas reduziram a pesquisa e desenvolvimento de novos antibióticos. No interesse público, os antibióticos devem ser prescritos apenas para casos limitados, o que reduz as vendas dos fabricantes. Além disso, populações de pacientes são relativamente pequenos.
Deste facto decorre uma tendência natural para promover, onde for possível o consumo de antibióticos. Na iniciativa "New Drugs 4 Bag Bugs", apoiada pela Comissão Europeia e a indústria farmacêutica, sublinha-se o facto de apenas dois grupos de novos antibióticos terem entrado no mercado ao longo dos últimos 30 anos. A Comissão Europeia, com esta iniciativa assim como com outros projectos tal como o "DRIVE-AB", procura estimular a pesquisa de novos antibióticos através de parcerias público privadas.
Estas parcerias acabam assim por não atacar o problema, optando assim por colaborar com a indústria farmacêutica que está na raiz do problema das resistências que decorre do uso abusivo e generalizado dos antibióticos.
Pergunto assim à Comissão se não pondera reorientar os fundos de apoio à investigação para o sector públicos dos vários estados membros, estimulando assim uma maior intervenção dos Estados na produção e comercialização de antibióticos, sejam eles de uso humano ou animal.