Num momento em que o mundo assiste a mais uma escalada de violência na Cisjordânia, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, dá mostras de pretender acelerar o planeamento de mil novas casas em Jerusalém Leste. Esta decisão terá sido uma resposta aos partidos da direita radical, designadamente do partido Casa Judaica e do ministro da Economia Naftali Bennett.

De acordo com o jornal Ha’aretz, Netanyahu deu ordens para que sejam retomados os planos para a construção de 600 casas em Ramat Shlomo, numa área situada entre aquele bairro ultra-ortodoxo e o vizinho bairro árabe de Shoafat.

Esta medida viola todas as resoluções aprovadas no quadro da ONU e afronta igualmente o compromisso da UE em contribuir para a resolução do conflito com base na solução de dois Estados com reconhecimento das fronteiras de 1967 com capital do Estados Palestiniano em Jerusalém Leste. Compromete igualmente todas as negociações em curso.

Pergunto se, com mais este episódio, não será tempo da Comissão Europeia colocar em causa o acordo de associação com Israel e usar toda a sua influência para obrigar Israel a cessar com a violação do direito internacional?