A resolução hoje aprovada segue a linha de posições já assumidas por diversos organismos da União Europeia, incluindo o PE, na tentativa de ocultar as verdadeiras causas da crise económica e social e de, instrumentalizando-a, acelerar e impulsionar a continuação e aprofundamento das políticas que a provocaram.
Entre outros aspectos, e relativamente aos paraísos fiscais, apenas considera que estes "minaram a regulação financeira", limitando-se a recomendar que o necessário é "melhorar a transparência fiscal e a troca de informações".
O que se impõe, e o que a resolução ignora, é a necessidade de uma ruptura com as políticas neo-liberais de liberalização e privatização de serviços, de ataque aos direitos dos trabalhadores e de destruição dos aparelhos produtivos, políticas responsáveis pelo agravamento das condições de vida, pelo endividamento, pelo aumento do desemprego, da precariedade e da pobreza.
O que se impõe é a valorização do trabalho e dos trabalhadores, a defesa dos sectores produtivos, dos serviços públicos, a efectiva subordinação do poder económico ao poder político, o combate e punição da corrupção, do crime económico, bem como o fim dos paraísos fiscais.