Declaração de João Oliveira no Parlamento Europeu

Basta de cumplicidade da UE com o genocídio da Palestina

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O debate que aconteceu no Parlamento Europeu sobre a situação que se vive em Gaza, na sequência da proposta que apresentámos, foi um debate que confrontou cada um com a sua consciência e confrontou a União Europeia com a sua cumplicidade com a política genocida de Israel. A situação que se vive neste momento na Palestina é insustentável. Não apenas a situação dramática que está criada em Gaza, depois de Israel ter bloqueado a ajuda humanitária, ter deixado dois milhões de pessoas sem água, sem comida, sem medicamentos, sem qualquer tipo de acesso a bens essenciais, mas também a situação que se vive na Cisjordânia. No encontro que tivemos nesta semana também com o embaixador da Palestina e no encontro que tivemos com representantes da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos, ouvimos relatos que mostram que os problemas não são efetivamente só em Gaza. Na Cisjordânia há neste momento 42 mil pessoas que foram forçadas a deslocar-se campos de refugiados, campos de refugiados cujas infraestruturas civis Israel destruiu para impedir o regresso dos refugiados. E, portanto, aquilo que está em curso é verdadeiramente uma política de genocídio e de limpeza étnica, uma política com a qual a União Europeia continua a ser cúmplice. A União Europeia tem estado silenciosa, inativa, sem tomar qualquer posição firme para impedir o genocídio, para exigir o cumprimento do direito internacional e o respeito pelos direitos do povo palestiniano. Quando aos nossos olhos aparecem todos os dias as imagens das crianças subnutridas, a quem Israel está a impor o bloqueio da ajuda humanitária, com 14 mil bebés em risco de perderem a vida por morrerem à fome na sequência desse bloqueio da ajuda humanitária, a União Europeia decide finalmente que, afinal, o acordo de associação precisa de ser revisto. Essa medida é uma medida tímida e vem tarde. O que era preciso era aquilo que nós já propusemos no Parlamento Europeu, como proposta que foi subscrita por vários deputados de outros grupos políticos. Era suspender imediatamente o acordo de associação da União Europeia com Israel. Era tomar medidas políticas e diplomáticas para pressionar o Estado de Israel, impedindo o acesso de Israel aos fundos europeus que continuam a financiar a ciência, a investigação e a tecnologia israelita, inclusivamente, para fins militares. Era impondo um embargo às armas, quer à venda, quer à compra de armas de Israel. Era tomando medidas políticas e diplomáticas de pressão sobre o governo de Israel para que pare o genocídio, para que cumpra o direito internacional, para que respeite as resoluções das Nações Unidas, incluindo o direito do povo palestiniano ao seu próprio Estado, para que respeite os direitos do povo palestiniano. Essa é a luta que temos feito e continuaremos firmes nela.

 

 

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