Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Bartolomeu Cid dos Santos 1931 – 2008

Com o desaparecimento de Bartolomeu Cid, a arte portuguesa perde um dos seus mais notáveis criadores, o PCP perde um dedicado e firme militante, a democracia portuguesa perde um dos seus mais combativos e intransigentes defensores.

Bartolomeu Cid é um dos mais destacados artistas plásticos portugueses do século XX, com uma vasta obra internacionalmente reconhecida, realçando-se o valor excepcional da sua obra de gravura, original e profundamente inovadora tanto no plano estético e temático como no plano técnico.

Bartolomeu Cid foi um notável pintor, desenhador e gravador, e é também autor de várias obras de arte pública de grande valor.

Combatente antifascista desde muito jovem, integra a geração que, no decurso dos anos 50 do século passado, trouxe à ESBAL o impulso da modernidade, uma intransigente defesa da liberdade de criação, e a ruptura com o serôdio academismo que então a dominava.

Integrou o MUD Juvenil, participando activamente na sua acção de resistência e de combate. Foi um dedicado organizador das Exposições Gerais de Artes Plásticas, tendo exposto nas EGAP de 1951, 1953, 1955 e 1956. Em 1956 vai para Londres, onde desenvolverá a maior parte da sua actividade a partir de então, tanto como pintor e gravador como enquanto docente, sendo “Professor Emeritus” da Universidade de Londres e membro da Royal Society of Painter Printmakers. Adquire uma notável projecção internacional: a sua obra foi exposta em mais de 150 exposições individuais, algumas das quais importantes retrospectivas, na Europa, no Brasil, nos Estados Unidos, no Extremo Oriente.

Participou regularmente nas Bienais de artes plásticas da Festa do Avante!, sendo de assinalar o vigor do empenhamento e do conteúdo político daquelas que apresentou nas Bienais mais recentes.

Com ligação ao PCP desde há mais de 50 anos, aderiu formalmente ao Partido em 1973, confirmando desse modo a coerência do percurso de toda uma vida dedicada à descoberta e à criação artística, à inovação, à independência e à liberdade intelectual, à causa da emancipação humana.