O relator assume-se um defensor acérrimo do livre comércio e, nessa medida, é essa visão que acaba por prevalecer no relatório. Visão que está em linha com as posições dominantes no parlamento, unindo a direita à social-democracia.
Consideramos o conteúdo do relatório inaceitável. Estamos perante mais uma desbragada apologia da liberalização e desregulação do comércio internacional.
Reconhecendo que entre as chamadas "barreiras ao comércio", existem práticas, regulamentos e procedimentos que se justificam por elementares razões de interesse público, querem restringir tanto quanto possível essas barreiras, defendendo uma concepção restritiva do interesse público.
Querem impor a diversos países que levantem as suas barreiras não pautais, em nome da livre circulação de produtos oriundos da UE, contra o "favoritismo em relação a empresas estatais".
A liberalização do comércio mundial tem consequências desastrosas para muitos sectores de actividade económica. Provoca destruição de capacidade produtiva e de postos de trabalho, afecta a capacidade de criar e distribuir riqueza, aumenta a dependência externa, os desequilíbrios crónicos e crescentes das balanças comerciais, em suma, atraso económico e social
A defesa do direito de cada país a produzir, de forma sustentável, constitui uma exigência de futuro. Em nome de uma nova racionalidade económica, social, energética e ambiental, que o modelo neoliberal não só não garante, como inviabiliza.