Este relatório vem no seguimento da conferência de Busan, onde as organizações da sociedade civil (OSC) e as autoridades locais pediram que a política de desenvolvimento tivesse uma abordagem baseada nos direitos humanos e na apropriação democrática, que promova o papel activo da chamada sociedade civil no contexto da formulação de políticas e de processos de execução.
Estamos de acordo que a política de cooperação para o desenvolvimento deve identificar nas autoridades locais e em múltiplas organizações sociais dos países em desenvolvimento estruturas a apoiar e a fortalecer.
No entanto, o relatório não evita uma certa visão instrumental da política de desenvolvimento da UE e, mais especificamente, deste apoio à “sociedade civil”, associando-o a uma facilitação da satisfação dos interesses da UE e das imperiais ambições das suas potências.
Como afirmámos no debate em plenário, devem ser afastadas quaisquer tentativas de interferir na definição das prioridades dos países em desenvolvimento. A soberania dos países em desenvolvimento, as suas escolhas e opções políticas e económicas, atendendo à sua situação e condições específicas, devem ser inteiramente respeitadas.
Não é aceitável que sob a capa de um apoio à dita “sociedade civil” se promova a ingerência e se estimule a interferência com opções que só aos povos destes países cabe tomar.