Dois anos e meio após o golpe de Estado que derrubou o presidente democraticamente eleito, Manuel Zelaya, o homicídio de jornalistas e a repressão de manifestantes fazem parte do quotidiano das Honduras.
No início do mês de Dezembro, deu-se mais um assassinato de profissionais da comunicação social: a jornalista Luz Marina Paz e seu operador de câmara Delmer Canales seguiam num automóvel que acabou crivado por mais de 20 balas, disparadas a partir de motorizadas em andamento, técnica na qual a polícia anti-motim e antiterrorista foi instruída pela sua congénere colombiana. Já antes, o diário La Tribuna foi alvo de um atentado; o presidente do Comité para a Defesa dos Direitos Humanos e a sua equipa foram ameaçados de morte; o ex-assessor do ex-presidente Zelaya para o tráfico de estupefacientes foi assassinado; e uma multidão de professores, que se manifestava pelo pagamento dos salários de 2011, foi reprimida com recurso a canhões de água e gás lacrimogéneo.
É o próprio ministro da Administração Interna que admite que o homicídio dos jornalistas pode ter motivações políticas, não obstante o facto do Estado não só não investigar estes casos como ser cúmplice com a impunidade dos que procuram impedir o exercício do jornalismo e das liberdades democráticas, como também afirmou o Presidente do Comité para a Livre Expressão das Honduras.

Perante estes factos, pergunto à Alta Representante para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança:
1. Como avalia esta situação? Que implicações foram ou vão ser daqui retiradas, no âmbito das relações bilaterais entre a UE e as Honduras?
2. Como avalia o facto de que desde a chegada às Honduras dos militares de elite colombianos o número de assassinatos ligados ao crime organizado ter ainda aumentado mais?
3. Não considera necessário expressar a condenação destes actos junto das autoridades hondurenhas e colombianas?