Aspectos sociais e em matéria de emprego da Estratégia Europa

Não podemos ficar muito surpreendido com a não concretização das metas da Estratégia 2020. Vejamos… uma estratégia que coloca a flexibilidade nas relações de trabalho – insegurança e precariedade para os trabalhadores – como matriz orientadora, não poderá nunca combater o desemprego. Todos sabemos (ou pelo menos, aqueles que passam por isso sabem) que cada contrato com vínculo precário tem como horizonte próximo uma situação de desemprego. Os estudos recentes da Comissão Europeia confirmam. O trabalho em part-time e os contratos temporários têm aumentado e constituem uma grande parte dos chamados novos postos de trabalho, e o desemprego de longa duração não para de crescer.
Mas sejamos sinceros. Não é esse o verdadeiro objectivo da EU de forma a satisfazer os monopólios económicos. Então porque é que foram precisamente as recomendações aos países no quadro do Semestre Europeu, bem como os memorandos da troika, a imporem alterações aos sistemas de contratação colectiva em, pelo menos, 12 países? Sim, o número de acordos colectivos de trabalho assinados – que protegem os trabalhadores – diminuíram drasticamente nos últimos anos porque os governos e a UE assim o impuseram. As lutas dos trabalhadores multiplicam-se, todos os dias, em vários países, e irão demonstrar quem é que tem a verdadeira força.

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