Intervenção de Paulo Raimundo, Secretário-Geral, Almoço-Comício «Aumentar salários e pensões, para uma vida melhor»

«Aqui está a força que não desiste de nenhuma batalha e que sabe que a luta dos trabalhadores e das populações tem sempre resultados»

«Aqui está a força que não desiste de nenhuma batalha e que sabe que a luta dos trabalhadores e das populações tem sempre resultados»

Pouco mais de um mês depois do nosso XXII Congresso, aqui estamos com os pés no chão e conscientes das exigências, mas com uma grande confiança assente no projecto, nos objectivos, no ideal e na razão que temos.

O Congresso foi um importante êxito do colectivo partidário, as suas conclusões são de grande importância para o Partido e para o País. 

Mas agora é preciso levar o Congresso, a sua Resolução Política, o seu conteúdo e as suas decisões, aos trabalhadores, às populações, à juventude.

Todos os que são alvo da política de direita, todos os que estão sujeitos à injustiça e às desigualdades, saibam que têm no PCP o seu Partido, o seu porto seguro de constante intervenção e acção,  a força que não vacila em nenhum momento e com a qual podem contar, sejam quais forem as circunstâncias. 

Aqui está o seu Partido com a coragem de sempre, com a determinação de quem não se resigna perante a exploração, as injustiças, as desigualdades e a guerra.

Aqui está a força que não se resigna nem aceita que 380 mil crianças vivam na pobreza, que os trabalhadores tenham salários baixos e que mais de metade tenham contratos precários.

Não aceitamos que quem trabalhou uma vida inteira esteja sujeito a receber menos de 600 euros de reforma, como acontece com cerca de 70% dos idosos no nosso País.

Não aceitamos urgências encerradas, atrasos na linha SNS24, listas de espera e milhares de utentes sem médico de família ao mesmo tempo em que se procede à transferência de milhões de euros de recursos públicos para os cofres dos grupos económicos, de quem faz da doença um negócio e que vive à custa do Estado.

Temos um Governo tão lesto em nomear e contratar os seus agentes para fazer cumprir o assalto aos recursos públicos e o desmantelamento do SNS, mas que se recusa a contratar e fixar o que é urgente e prioritário – médicos, enfermeiros e técnicos no SNS.

Não aceitamos os sacrifícios de milhares de famílias para manter as suas casas e pagar as prestações ao banco, ao mesmo tempo que a banca se prepara para anunciar os maiores lucros de sempre em Portugal.

Não aceitamos que PSD, CDS, Chega, IL e o PS transformem o problema da habitação em mais favores aos fundos imobiliários, como o que aí está com a transformação de solo rústico em solo urbano.

Em nome de uma hipotética resposta à falta de habitação querem dar ainda mais força à especulação, mais força aos responsáveis pela situação a que chegámos.

O custo de vida aumenta, como sabem todos aqueles que aqui estão. 

Sobe tudo, mas os salários e as pensões continuam baixos e por vontade do Governo e do grande capital, assim continuarão. 

Uns poucos lucram mais e cada vez mais, enquanto a larga maioria fica com a vida mais difícil.

O preço da habitação subiu nos últimos 8 anos mais de 100%.

Os alimentos subiram em 3 anos 27%.

Enquanto isto, os 19 grupos económicos que dominam parte importante da economia nacional encaixam, todos os dias, qualquer coisa como 32 milhões de euros de lucros.

E no meio de todos os milhões que circulam por aí, no meio de tanta riqueza criada, onde ficam os salários, as pensões, as creches, os lares, a habitação, os direitos, a segurança e a tranquilidade, a estabilidade, a justa distribuição da riqueza? 

Veja-se como exemplo os mais de 1000 milhões de euros de lucro da GALP.

Os combustíveis sobem e o gás de botija custa mais do dobro do que em Espanha.

PS e PSD gladiam-se em troca de acusações pífias, todos se apressam em condenar os aumentos mas não tocam nas margens de lucro que os justificam, essas margens que hoje são superiores às de 2020.

Nós enchemos o depósito e eles enchem os cofres.

E se tudo é assim, tudo seria ainda pior se os trabalhadores e as populações cruzassem os braços. 

Não nos calam perante o assalto aos trabalhadores, às populações, à juventude e ao País.

Aqui está a força que não desiste de nenhuma batalha e que sabe que a luta dos trabalhadores e das populações, por mais difícil que possa ser o caminho, tem sempre resultados.

Não desistimos, não baixamos os braços e vencemos, foi assim na luta contra as portagens.

Uma luta intensa e prolongada, com altos e baixos ao longo de 14 anos, com manobras de diversão e piruetas daqueles que estiveram sempre preocupados com os interesses das concessionárias, mas em todos estes momentos houve  quem sempre acreditou e nunca perdeu a confiança, houve sempre Partido e a luta das populações. 

A abolição das portagens é uma vitória das populações, das comissões de utentes, dos pequenos empresários que se juntaram com esse objectivo, é uma vitória do povo.

É uma vitória da região e um importante contributo para o seu desenvolvimento, mas é também uma grande vitória do PCP, o Partido que nunca perdeu a confiança, que nunca perdeu o foco, que aliou sempre a proposta política nas instituições à acção e intervenção local.

O fim das portagens é uma grande vitória das populações, é uma vitória do PCP e da CDU.

Aos que agora se põem em bicos de pés, e votaram sistematicamente contra as nossas propostas, a todos esses lhes dizemos: Os vossos cartazes, que bem podiam usar para pedir desculpa por durante mais de um década votarem contra as propostas do PCP, os vossos cartazes têm anos de atraso e carregam às costas, milhares e milhares de euros pagos em injustas portagens, mas nunca é tarde para reconhecerem a nossa razão.

Uma luta que vencemos e que serve de exemplo para levar o fim das portagens a todas as SCUT que ainda continuam a ser cobradas. 

Não desistimos de nenhuma luta, mesmo quando alguns já davam por perdida e tudo fizeram para a travar, como é o caso da reposição de freguesias.

Pela força das populações e pela persistência mais uma vez do PCP, foram 300 freguesias repostas e poderiam ter sido mais 121, como teria sido o caso de: Freixial do Campo e Juncal do Campo, Póvoa de Rio de Moinhos e Caféde, impedidas por um golpe palaciano de IL, PSD, CDS, IL, Chega e PS, no último minuto e já em plena Assembleia da República.

Não desistimos do aumento dos salários, das pensões, do acesso ao SNS, do direito à habitação, dos direitos das crianças, não desistimos da vida melhor e de um Portugal com futuro.

Levemos, como estamos a levar por diante, esta importante jornada que temos em curso de contacto, esclarecimento, mobilização e recolha de assinaturas, para se somarem às cerca de 95 mil já recolhidas até ao momento.

Não desistimos das populações, e vamos levar por diante uma ampla acção de apoio popular à CDU, este espaço de ampla convergência,  onde cabem todos os que anseiam resolver os problemas concretos das populações.

Mobilizemos comunistas, ecologistas, independentes e todos os que para lá das suas opções partidárias querem justamente viver melhor na sua terra.

Não desistimos da Paz.

Essa Paz que no passado dia 18 saiu massivamente às ruas de Lisboa.

O Governo, e diga-se também a grande maioria dos partidos, vêem na corrida aos armamentos uma oportunidade de negócio, aqui na CDU vemos este caminho como um risco para a juventude e para a humanidade.

Ao contrário de todos eles, na CDU não aceitamos cortes nos salários, nas pensões, nos serviços públicos, para transferir recursos para a indústria da guerra e da morte, em nome de uma suposta segurança que mais não é que uma garantia de lucros para o complexo industrial militar.

Este é um momento particularmente exigente para os povos de todo o mundo. 

Perante o discurso neoliberal, reaccionário e militarista que se ouve em grande escala, seja em Portugal, seja na UE, seja nos EUA, o caminho que se impõe é o da solidariedade, da cooperação e Paz entre os povos, é isso que exige a Constituição da República.

Aqui deixamos uma saudação à corajosa resistência do povo palestiniano.

Aqui fica a exigência de um cessar-fogo permanente e que abra caminho à criação do Estado da Palestina, um caminho que o Governo de Portugal insiste em rejeitar, mas que vai ter de aceitar.

Aqui não desistimos do País e não admitimos que sucessivos governos, e este em particular, em vez de estarem ao serviço do País se assumam como representantes dos interesses das multinacionais, não aceitamos opções que roubam a soberania e comprometem o futuro.

Portugal não é uma província da União Europeia. 

Portugal é um País com quase 900 anos de história, uma história construída pelas mãos e pela luta do nosso povo.

Não desistimos do País e do povo.

Portugal tem meios, tem recursos e tem gente capaz de impor o caminho aberto pela revolução de Abril.

É preciso romper com a política de direita.

O País e a vida de cada um, precisam de uma política alternativa, patriótica e de esquerda, precisam da mudança que se impõe ao serviço dos trabalhadores, das populações e da juventude.

Este é o caminho que se impõe, um caminho ao serviço da maioria e que confronte os interesses e os privilégios dos que se julgam donos disto tudo.

Foi este o caminho de esperança e confiança, foi este projecto de mudança que o Congresso do Partido reafirmou, é nele que estamos empenhados, é este o caminho que serve ao nosso povo.

Vamos para a rua conversar, ouvir, esclarecer, dar a conhecer as nossas propostas e o nosso trabalho. Vamos demonstrar porque o projecto da CDU, também nas autarquias, é diferente para melhor, porque é trabalho, honestidade, competência, é a solução para cada freguesia e cada concelho de Castelo Branco e do País, para cada um viver melhor na sua terra.

Para concretizar este caminho, este projecto de um Portugal desenvolvido e soberano, esta vida melhor, a luta dos trabalhadores e do povo é decisiva, como é decisiva a intervenção do PCP.

Agimos com a força notável do nosso colectivo, com o exemplo de militância e dedicação que caracteriza a acção dos comunistas, mobilizamos a força notável do nosso Partido e ao mesmo tempo precisamos de um Partido mais forte. Com mais camaradas a darem o seu contributo militante, mais quadros com tarefas e responsabilidades regulares. Com um trabalho de contacto e um apelo aos trabalhadores, a todos os que reconhecem  o nosso ideal e projecto, para que adiram ao PCP e juntem a sua força à nossa força. Inaugurámos hoje, aqui no distrito, as novas instalações do Centro de Trabalho do Fundão, criando melhores condições para o funcionamento do Partido, para tomar a iniciativa no contacto e mobilização dos trabalhadores, da juventude, das populações. Conhecemos as dificuldades, sabemos as exigências mas temos uma grande confiança. No tempo em que vivemos o PCP afirma a diferença, capacidade, resistência, coragem, iniciativa e uma grande confiança na luta por uma vida melhor, uma sociedade mais justa.

Este é o Partido que os trabalhadores, a juventude e o povo precisam. 

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