Pergunta ao Governo N.º 782/XVI/1

Apeadeiro na Freguesia de Mato Miranda, Golegã

No processo das obras em curso no apeadeiro situado na localidade de Mato de Miranda, concelho de Golegã, Linha do Norte, está em processo de execução a construção de uma passagem desnivelada que nos deixa grandes preocupações.

Embora reconheçamos a importância de melhorar as condições de segurança e acessibilidade nos transportes ferroviários, o projeto em execução revela uma total falta de bom senso e uma grave insensibilidade às necessidades da população, particularmente das pessoas com mobilidade reduzida.

A solução apresentada, que inclui a construção de rampas com cerca de 500 metros de extensão, constitui, na prática, uma barreira quase intransponível para quem mais depende de condições acessíveis. Acresce que a alternativa proposta – escadas com cerca de 100 degraus – é igualmente impraticável para a grande maioria das pessoas com dificuldades de mobilidade, idosos e até famílias com crianças pequenas ou carrinhos de bebé.

Assim e ao abrigo das disposições regimentais aplicáveis, colocamos ao Governo as seguintes questões:

1. Como justifica a IP e o Governo a escolha de rampas com cerca de 500 metros de extensão como solução para pessoas com mobilidade reduzida, sabendo-se que, na prática, estas são extremamente difíceis de utilizar, particularmente para idosos e pessoas com deficiência?

2. Por que razão não foram contempladas alternativas mais adequadas, como a instalação de elevadores ou passagem subterrânea, que garantisse uma verdadeira acessibilidade universal?

3. Que medidas serão tomadas para corrigir esta situação, tendo em conta que a solução alternativa proposta – escadas com cerca de 100 degraus – também não responde às exigências de mobilidade inclusiva?

4. A Câmara Municipal da Golegã e a Junta de Freguesia da Azinhaga foram ouvidas durante o processo de planificação e execução da obra?

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