Intervenção de Sandra Pereira no Parlamento Europeu

Alteração do Ato Delegado relativo à dimensão climática da Taxonomia e do Ato Delegado relativo às revelações em matéria de Taxonomia

A “taxonomia” insere-se numa abordagem da qual discordamos. Ela é parte de um processo de financeirização do ambiente, que envolve, entre outros aspectos, a canalização de significativos fluxos financeiros para os negócios emergentes em torno do ambiente. Segundo os defensores desta abordagem de mercado, o “virtuosismo” destes negócios levará à consecução das metas ambientais. Aos poderes públicos não compete senão dar os adequados sinais ao mercado. Ele tratará do resto. A “taxonomia” pretende ser esse sinal dado ao mercado.

A Comissão Europeia, como sempre, comporta-se como uma espécie de notário dos interesses económicos (que, neste caso, até são contraditórios). Já não surpreende ninguém.

Ora, a esta visão – errada, contraproducente e perniciosa – contrapomos uma outra, que confere centralidade e protagonismo aos poderes públicos: na tomada de decisão, na regulamentação, nos investimentos, no enquadramento normativo da acção do sector privado, na definição das metas e (muito importante) das formas mais adequadas para a sua consecução.

O problema não está apenas numa qualquer lista de investimentos. Vai muito para além dela.

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